Artigo publicado no Jornal Vanguarda
Inicia-se mais um ano e com ele, em um período pós-eleitoral, tomam posse os novos prefeitos com a tarefa de cumprir o prometido. Nem todos conseguiram receber de seu antecessor prefeituras minimamente arrumadas, já que houve até prefeitos que deletaram os arquivos da prefeitura, sem a noção de que não apenas comprometem a administração de seu sucessor e opositor, mas de que prejudicam fornecedores e funcionários.
Em muitas cidades o poder mudou de mãos, como em Riacho das Almas e em Palmares, gerando uma expectativa ainda maior e aumentando a responsabilidade da oposição que virou situação. Em outras cidades a eleição e a posterior posse só confirmou um modelo de gestão que se propaga. Muitos prefeitos foram reeleitos por vários motivos: estratégia de marketing, ausência de uma oposição eficiente, utilização da máquina pública, entre outros motivos.
O que se espera, entretanto, é que nos novos mandatos uma maior seriedade política se estabeleça e que a oposição, sempre salutar, não vire um jogo de “menino buchudo”, conforme a expressão popular, onde um jogo de acusações é despejado sem que nenhuma prova do dito seja apresentada. Políticos derrotados tendem a atacar seus opositores lançando os não eleitos toda a sua amargura e despeito, com a finalidade de abalar a imagem do vencedor. A política imatura deve ceder espaço para a maturidade, em que oponentes existem e são necessários, mas se respeitam e até se unem quando o bem da coletividade está acima das intenções partidárias.
Quando se propõe uma nova política se espera que os políticos compreendam que analistas vêem o que eles não enxergam, pois não têm interesse em cargos públicos e que seus correligionários, dizem apenas o que eles querem ouvir e não a realidade. Cada análise apresenta a sua visão e é o conjunto delas que podem e devem servir para montar estratégias de campanha e de oposição, isso se chama lucidez e inteligência. Senhores políticos, vamos acordar e adotar uma nova proposta de trabalho, lúcida, competente e com propriedade no dito, pelo bem dos senhores, do seu séquito, do partido e, principalmente, do povo.