Desde que a pré-campanha teve início que uma série de acusações começaram a ser desferidas de um lado e do outro. Outrora aliados se agridem mutuamente e revelam que a eleição desse ano deve ser quente. Preterido pelo ex-governador Eduardo Campos para ser o candidato do PSB, o governador João Lyra é o principal mote para a oposição.
Em vários discursos, integrantes do PT e PTB não param de elogiar João Lyra e tentam semear a discórdia entre ele e Eduardo, para tentar desestabilizar o palanque socialista. Pré-candidato ao governo, o senador Armando Monteiro (PTB) voltou a criticar a postura de Campos e disse que o alinhamento entre Lyra e a presidenta Dilma Roussef (PT) foi essencial para acabar com a crise recente no Estado.
“Temos que destacar o papel do governador João Lyra no processo da crise vivida pela greve da Polícia em Pernambuco. Foi um clima de insegurança muito grande junto a população e ele teve uma posição serena e equilibrada. O segundo registro é a solidariedade da presidenta Dilma, que não mediu esforços para dar assistência a Pernambuco nesse momento de grande tensão. Pernambuco precisa reconhecer a forma enérgica que o Governo Federal atendeu ao nosso Estado”, disse.
Outro que rasgou elogios para João Lyra foi o deputado federal Silvio Costa (PTB). Em recente encontro do PTB na Capital do Agreste ele disse que Lyra foi preterido da disputa para não virar um pau mandado de Eduardo Campos no Palácio do Campo das Princesas e ainda alfinetou o prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB). “João provou que deveria ser o candidato ao governo. Resolveu a situação da greve sozinho. Por isso que ele (Eduardo) não escolheu João. Será que alguém acha que o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, toma alguma decisão sem ligar pra ele e dizer: ‘chefe o que eu faço?’ Por isso que ele não escolheu João Lyra. Ele quer novos comandados. Ele não gosta desse palanque, mas ele respeita, aqui não aceitamos que ele ditasse o jogo. Pernambuco não é um estado de babão”, disparou.
Lyra minimizou as declarações dos opositores e disse que os partidos da Frente Popular estão unidos e apoiam a decisão de Eduardo Campos por Paulo Câmara. “Temos que analisar essas declarações com suspeição. Eles fazem parte de um conjunto político que vai nos enfrentar. Foi uma decisão do ex-governador Eduardo Campos, aceitamos e vamos trabalhar com todos os partidos que estão na Frente Popular. Eleição não se ganha antecipadamente e nem agredindo as pessoas, mas levando um pensamento para a população, para que ela possa entender e nisso vejo um sentimento do Pernambucano, querem continuar esse trabalho. Para que isso ocorra, o candidato indicado por Eduardo Campos e apoiado por todos nós é o economista Paulo Câmara. Vamos trabalhar para que ele seja o meu sucessor no dia primeiro de janeiro de 2015”, pontuou.