
As recentes eleições trouxeram à tona um cenário alarmante para o PDT, que vive o pior desempenho de sua história não apenas no Rio de Janeiro, seu principal reduto, mas também em todo o Brasil. Os dados são contundentes e revelam uma trajetória de declínio que merece atenção, principalmente sob a tuleta de Carlos Luppi.
No Rio, onde a sigla se consolidou por décadas como uma força política relevante, o resultado foi desastroso. Pela segunda vez consecutiva, o PDT conquistou apenas 1 das 51 cadeiras da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, com a eleição de Welington Dias. O que chama a atenção é que Dias parece não ter um vínculo ideológico ou histórico claro com o partido, o que levanta questionamentos sobre a identidade da sigla e sua capacidade de atrair candidatos que representem seus valores.
Além disso, o PDT não elegeu nenhum de seus candidatos a prefeituras no estado. A única exceção foi em Niterói, onde Rodrigo Neves, ex-candidato ao governo pelo partido em 2022 e antigo prefeito pelo PT e PV, disputará o segundo turno. Essa situação evidencia a dificuldade do PDT em consolidar uma base forte e coesa em sua terra natal.
Os números falam por si: em 2000, cerca de 32% dos candidatos do PDT eram eleitos, um percentual que subiu para quase 36% em 2008. No entanto, esse cenário otimista se reverteu nas eleições de 2024, quando apenas 23% dos candidatos obtiveram vitória, como foi o caso de Caruaru com Zé Queiroz. Essa queda acentuada é um sinal claro de que o partido vem enfrentando desafios crescentes, não apenas em termos de propostas, mas também na capacidade de lançar candidaturas competitivas.
A redução no número de candidaturas próprias é um fator que contribui para esse desempenho medíocre. O PDT, que outrora era conhecido por sua ampla participação e influência, parece estar se restringindo, aumentando as dificuldades para conseguir vitórias em um cenário político cada vez mais competitivo.
Esses resultados trazem à tona a necessidade de uma reflexão profunda dentro do partido. O PDT precisará revisar suas estratégias, buscar reforçar sua identidade e atrair candidatos que se alinhem verdadeiramente aos seus ideais.