
A derrubada do sigilo do relatório final da investigação da Polícia Federal, que indiciou Jair Bolsonaro e 11 aliados por desvio e venda ilegal de joias, trouxe à tona detalhes impactantes sobre o caso. A investigação revela um esquema que teria desviado R$ 6,8 milhões em presentes que pertenciam ao governo brasileiro. De início, a PF falou em mais de R$ 26 milhões, mas corrigiu a informação. Entre as evidências recolhidas, oito se destacam pela sua contundência.
- Mensagens Reveladoras: Uma das provas centrais é uma mensagem enviada pelo ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, com o link da página de leilão das joias. Bolsonaro respondeu com o jargão militar “selva”, indicando ciência e possível conivência com o esquema.
- Acesso ao Site de Leilão: A Polícia Federal descobriu que Bolsonaro acessou a página do leilão, corroborando a tese de que ele estava ciente das ações de seus aliados.
- Desvios de Recursos: O relatório aponta que Bolsonaro teria usado o dinheiro obtido com a venda ilegal das joias para custear suas despesas nos Estados Unidos. Os extratos bancários do ex-presidente mostram que ele não utilizou recursos de suas contas pessoais durante sua estadia no exterior.
- Depoimentos Cruzados: Testemunhas e colaboradores próximos a Bolsonaro foram ouvidos, fornecendo informações que corroboram as transações ilegais e a movimentação financeira atípica.
- Análise de Mensagens: Conversas em aplicativos de mensagens entre Bolsonaro e seus aliados foram analisadas, revelando discussões sobre a venda das joias e a destinação do dinheiro obtido.
- Registros de Transações: A PF obteve registros de transações financeiras que mostram a entrada de grandes quantias de dinheiro nas contas de intermediários ligados ao ex-presidente.
- Rastreamento de Joias: As investigações incluíram o rastreamento das joias desviadas, algumas das quais foram encontradas em posse de pessoas próximas a Bolsonaro.
- Documentos Oficiais: Documentos internos do governo foram analisados, mostrando que os presentes de alto valor deveriam ter sido incorporados ao patrimônio público, mas foram desviados para uso privado.
Bolsonaro nega veementemente as acusações e rebateu a Polícia Federal nas redes sociais, afirmando: “Aguardemos muitas outras correções. A última será aquela dizendo que todas as joias ‘desviadas’ estão na CEF, Acervo ou PF, inclusive as armas de fogo.” Ele também fez críticas ao andamento das investigações, mencionando o caso Adélio e insinuando que o delegado encarregado do inquérito tem motivações políticas.