Do Poder 360
O líder do PP na Câmara, André Fufuca, disse que o partido só deve debater apoio ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quando não tiver representante na atual gestão, de Jair Bolsonaro (PL). A declaração do deputado se refere ao principal cacique do partido e ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.
“Temos o chefe da Casa Civil [Ciro Nogueira] lá e não é pertinente e elegante da nossa parte debater um novo governo tendo um representante dentro do atual governo“, declarou Fufuca ao Poder360.
O ministro já tinha sinalizado que, se depender dele, o PP não apoiará o governo Lula. A sigla, no entanto, já caminhou ao lado do PT em outros períodos.
Depois de manter a neutralidade no 1º turno da eleição de 2006, o PP decidiu apoiar Lula à reeleição. No pleito de 2014, a sigla integrou a coligação de Dilma Rousseff (PT).
Em 2022, o Progressistas oficializou apoio a recondução de Bolsonaro ao Planalto.
O PP articula o União Brasil a formação de um “superbloco” para ter o controle da Câmara. Caso a fusão seja consolidada, a bancada terá 106 deputados.
De acordo com Fufuca, há esforço para formar o grupo que pode contar ainda com Republicanos e MDB.
Na quarta-feira, o MDB anunciou os integrantes para o conselho político da equipe de transição do governo Lula. Também integra o colegiado o deputado Antonio Brito (PSD).
Do lado do União Brasil, o deputado e senador eleito Efraim Filho (PB) disse que seu partido só decidirá seu apoio no Congresso na segunda quinzena de novembro.
O PT tem procurado as lideranças dos partidos de Centro para aglutinar apoio no Congresso, sobretudo para aprovar a PEC que permitirá furar o teto de gastos para custear o Auxílio Brasil de R$ 600.
No primeiro encontro com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), Lula disse ao deputado que não interferirá na disputa pelo comando da Casa e sinalizou que o PT não pretende lançar candidato próprio na eleição legislativa. Ainda não está claro, no entanto, se a sigla pode apoiar outro nome ou se endossará a reeleição de Lira.
Lira é aliado de Bolsonaro e fez campanha por sua reeleição. O congressista é um dos principais nomes do chamado Centrão.
Se Lula não apoiar nenhum outro nome para a presidência da Câmara, Lira tem um caminho mais fácil para se reeleger.