Presidente da OAB quer que STF reveja dispensa de revista de juízes e promotores

Mário Flávio - 27.09.2019 às 13:15h

Do Jota

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, prepara medidas diante das revelações feitas pelo ex-procurador Geral da República Rodrigo Janot. O ex-PGR disse que foi armado ao Supremo Tribunal Federal (STF) com a intenção de “dar um tiro na cara” do ministro Gilmar Mendes e depois se suicidar. Janot deixou o Ministério Público e desde junho deste ano voltou à advocacia.

Felipe Santa Cruz está elaborando uma peça a ser enviada ao próprio STF para questionar a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que dispensa magistrados e promotores de revista na porta do fórum. “Em todo o Brasil, até hoje, só tivemos episódios de violência com essas duas classes que possuem porte e que de forma pouco republicana não se submetem ao detector de metais”, diz o presidente do Conselho Federal da OAB.

De acordo com ele, o Tribunal de Ética e Disciplina do estado é responsável por avaliar e punir casos de desvios éticos de advogados. Janot é ligado à seccional de Minas Gerais. Ainda assim, Santa Cruz acionou o grupo de ética da OAB nacional para que também estude o caso, de acordo com o Estatuto da Advocacia e da OAB. 

Em entrevistas dadas a Veja, Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo, Janot diz que, por “insinuações maldosas” contra a filha, chegou a posicionar a arma com a intenção de atirar no ministro do Supremo, dentro do edifício-sede da Corte. “Naquele dia, cheguei ao meu limite. Fui armado para o Supremo. Ia dar um tiro na cara dele e depois me suicidaria”, disse.

Mendes se disse “surpreso” com a revelação. “Por um bom tempo, uma parte do devido processo legal no país ficou refém de quem confessa ter impulsos homicidas, destacando que a eventual intenção suicida, no caso, buscava apenas o livramento da pena que adviria do gesto tresloucado”, criticou.