Do JC

Um protesto feito por famílias que foram afetadas pelas chuvas de 2022 na Região Metropolitana do Recife terminou em pancadaria na sede da Prefeitura do Recife, nesta quinta-feira (26). 

Vídeos enviados à reportagem do JC mostra os manifestantes do Movimento de Luta por Teto, Terra e Trabalho (MLTT) sendo agredidos com cassetetes pelos guardas municipais que protegem o edifício.

“Você recebe algum vereador assim? Recebe algum chefe de gabinete assim? A Prefeitura é casa pública, é casa do povo e o povo foi agredido”, dizia um dos protestantes em um vídeo que circula nas redes sociais.

O coordenador do MLTT, Davi Lira, afirmou que a truculência começou sem nenhuma investida do grupo, logo quando chegaram ao prédio. “A gente chegou, encostou na grade e já começaram a bater“, disse.

O ato foi iniciado ainda na manhã desta quinta, com o grupo percorrendo a Rua da Soledade, a Conde da Boa Vista e o Palácio das Princesas até chegar à Prefeitura.

A reivindicação é por uma reunião com a Secretaria de Habitação do município, para pleitear a desapropriação do antigo prédio do Conselho Regional de Contabilidade de Pernambuco (CRCPE), hoje ocupado pelo movimento.

Segundo Davi, a proposta já foi aceita pelo Governo do Estado, mas ainda não pela Prefeitura. “Há mais de 5 meses reivindicamos uma reunião com a secretaria de Habitação, da Prefeitura do Recife, que não respondeu até o momento“, alegou.

O líder do movimento informou que, após a confusão, a gestão propôs recebê-los nesta sexta-feira (27); mas o grupo não aceitou. Por isso, pretende dormir no térreo do prédio nesta madrugada.

“Fizemos todo o movimento hoje para sermos atendido hoje. O que garante que vamos vir e vão nos atender atender?“, questionou Davi.

A Prefeitura do Recife, em nota, reforçou que repudia qualquer tipo de violência e reiterou a sua disposição para o diálogo.

“A ação violenta realizada por alguns integrantes do Movimento de Luta por Teto, Terra e Trabalho (MLTT) durante protesto, nesta quinta-feira (26), no prédio-sede da administração municipal resultou em danos ao patrimônio público e deixou dois servidores públicos (guardas municipais) feridos. A Polícia Militar foi acionada rapidamente para garantir a segurança e a integridade física dos servidores e manifestantes. Um pessoa foi detida durante a situação por suspeita de agressão a guardas municipais e levada para a Delegacia de Plantão de Santo Amaro. O suspeito já foi preso anteriormente e enquadrado na Lei Maria da Penha, por agressão à mulher. Além disso, dez mastros foram apreendidos“, afirma. 

De acordo com a gestão, os ferimentos contra os guardas foram leves.