O PSDB, partido que já ocupou posição de destaque na política nacional, está mergulhado em uma crise profunda e busca alternativas para sobreviver. Entre as possibilidades, destaca-se uma negociação em andamento para uma possível fusão com o PSD, liderado por Gilberto Kassab.

O movimento é resultado de uma série de reveses enfrentados pelo partido. Desde o fiasco eleitoral de 2023, quando perdeu os oito vereadores da capital paulista e teve apenas 1,84% dos votos com José Luiz Datena na disputa pela Prefeitura, a sigla reconheceu a necessidade de definir novos rumos.

Na última quinta-feira, o presidente do PSDB paulista, Paulo Serra, se reuniu com Kassab para discutir o assunto. “Tivemos uma boa conversa, e essa questão da fusão do PSDB com o PSD está avançando bastante”, afirmou Serra. Ele ressaltou que a fusão, incorporação ou federação são opções para garantir o crescimento do partido.

O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, confirmou que o tema será debatido internamente em fevereiro, com o retorno dos trabalhos no Congresso. “Há uma divisão em termos de vontade política porque uma corrente quer que o PSDB continue, e outros defendem a fusão com um partido maior”, afirmou.

Atualmente, o PSDB integra uma federação com o Cidadania, formada em 2022, mas vem perdendo força a cada ano. Nos últimos tempos, a sigla enfrentou disputas judiciais, a perda de lideranças como Geraldo Alckmin, que migrou para o PSB, e um declínio de sua identidade política, que, segundo especialistas, se aproximou do bolsonarismo.

O momento crítico contrasta com os anos de glória do PSDB, que governou o Brasil durante dois mandatos consecutivos de Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002) e administrou São Paulo por quase 30 anos. Agora, com a possibilidade de fusão com o PSD, o partido tenta reencontrar seu espaço no cenário político.