PSOL e dissidentes lançam Randolfe à presidência do Senado

Mário Flávio - 16.01.2013 às 09:15h

Com críticas ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) lançou ontem sua candidatura à presidência do Senado. Em manifesto elaborado com o apoio de parlamentares, Randolfe pede que os colegas não escolham o presidente da Casa “levando a cédula sem conhecer o nome do candidato escrito nela pelos antigos coronéis do interior”. Num recado a Renan, favorito para a vaga, o texto diz que a Casa não pode “ratificar o nome” de um candidato à presidência que foi indicado “sem apresentar qualquer proposta que mude o nosso funcionamento”.

Renan tem o apoio do Palácio do Planalto, mas faz uma campanha nos bastidores, sem admitir oficialmente que está na disputa. Randolfe é o primeiro a apresentar candidatura de oposição ao líder do PMDB. O manifesto começou a ser distribuído ontem para os parlamentares. O documento foi elaborado por Randolfe em conjunto com Cristovam Buarque (PDT-DF), com a colaboração de outros senadores do chamado grupo dos “independentes”.

MANIFESTO – Um grupo de senadores que se apresentam como indepen­dentes afirmou em manifesto divulgado ontem que a volta do líder do PMDB, Renan Calheiros, à presidência da Casa, pode ser comparada aos tempos do mandonismo dos “coronéis do interior” na épo­ca da Primeira República (1889-1930). “Voltaremos (do recesso parlamentar) apenas para ratificar o nome, nomea­do sem apresentar qualquer proposta que mude o nosso funcionamento. Votaremos como os eleitores que iam às umas na Primeira República, levando a cédula sem conhe­cer o nome do candidato escri­to nela pelos antigos coronéis de interior”, diz o documento.

Subscrito por cerca de dez par­lamentares, entre os quais Cristovam Buarque (PDT-DF), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), Pe­dro Simon (PMDB-RS) e Pedro Taques (PDT-MT), o texto tem como título “Uma nova presi­dência e um novo rumo para o Senado”. Coordenado por Cristovam Buarque, ele apresenta uma plataforma com propostas para modificação no funciona­mento administrativo e legislati­vo da Casa.