
O PSOL apresentou nesta segunda-feira (11) uma representação ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados solicitando a cassação do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) por quebra de decoro parlamentar. A ação é fundamentada em informações do relatório da Polícia Federal que indicam o envolvimento da parlamentar em um suposto plano golpista associado ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a integrantes das Forças Armadas.
Assinado pela presidente nacional do PSOL, Paula Coradi, e pela bancada federal do partido, o documento destaca que Zambelli teria pressionado o então comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, para aderir ao plano. De acordo com o relatório da Polícia Federal, o episódio ocorreu em 8 de dezembro de 2022, durante a formatura dos aspirantes a oficial da Força Aérea Brasileira, em Pirassununga (SP).
Segundo o depoimento do brigadeiro à PF em fevereiro deste ano, Zambelli teria dito: *”Brigadeiro, o senhor não pode deixar o Presidente Bolsonaro na mão”*. O comandante afirmou que entendeu a abordagem como uma tentativa de convencê-lo a aderir a um ato ilegal.
O PSOL argumenta que as ações atribuídas à deputada ferem o decoro parlamentar e violam princípios democráticos fundamentais. “A representação visa assegurar o respeito à Constituição e à estabilidade do Estado Democrático de Direito, uma vez que a conduta de Zambelli extrapola as prerrogativas parlamentares”, afirmou a sigla em nota.
O caso agora será analisado pelo Conselho de Ética, que poderá abrir um processo disciplinar contra Zambelli, com potencial de culminar na perda de seu mandato.