Recentemente, em uma entrevista ao Jornal O Globo, Raquel Lyra, figura proeminente do PSDB, lançou luz sobre um debate interno crucial dentro do partido: sua relação com o governo federal. A tucana expressou sua visão de que o PSDB deve adotar uma postura de independência em relação ao governo, em vez de simplesmente se posicionar como oposição, como tem sido o caso em relação ao governo do presidente Lula.
Lyra argumenta que o PSDB precisa se reencontrar com sua própria história e estabelecer uma estratégia clara para o desenvolvimento do país e do partido. Ela enfatiza a necessidade de políticas públicas estruturadas para gerar empregos, renda, investimentos em infraestrutura e melhorias na saúde pública, destacando que isso requer uma ampla concertação nacional.
Em relação ao atual presidente do PSDB, Marconi Perillo, e sua declaração de que o partido está na “oposição por convicção”, Lyra ressalta que ainda há espaço para um debate mais amplo dentro do partido. Ela defende que o PSDB não está impedido de lançar uma candidatura própria à Presidência em 2026, mas enfatiza que isso não deve entrar em conflito com a postura de independência em relação ao governo atual.
Questionada sobre a falta de renovação dentro do partido, Lyra reconhece as dificuldades, mas destaca que sua própria posição como governadora de Pernambuco representa uma forma de renovação. Ela defende uma maior abertura dos partidos para novos quadros e propõe uma regra clara na distribuição do fundo eleitoral que favoreça o lançamento de novos nomes e permita uma renovação orgânica.
Lyra também aborda questões de gênero na política, destacando as dificuldades enfrentadas pelas mulheres, especialmente no Nordeste. Ela responde a críticas recentes de seu correligionário Álvaro Porto, afirmando que o PSDB reconhece as dificuldades enfrentadas por mulheres na política e que está comprometido com a igualdade de gênero.
Em suma, Raquel Lyra enfatiza sua gratidão ao PSDB por permitir sua participação ativa na política e indica que, por enquanto, permanecerá no partido. No entanto, suas declarações sugerem um desejo de uma nova direção para o PSDB, marcada por uma postura de independência e um debate mais amplo sobre o futuro do partido e do país.
