
A indicação de Gleisi Hoffmann como ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) do governo Lula gerou repercussões predominantemente negativas nos círculos políticos e na mídia. A decisão, anunciada em 28 de fevereiro de 2025, surpreendeu até mesmo membros do Partido dos Trabalhadores (PT) e foi recebida com ceticismo por diversos setores.
Líderes da oposição avaliaram que a escolha de Gleisi Hoffmann pode, paradoxalmente, facilitar seu trabalho contra o governo. Isso porque a nomeação reforça a influência do núcleo petista dentro do governo, o que pode gerar dificuldades na relação com partidos do Centrão e outras legendas. A oposição acredita que essa centralização pode tornar a articulação política menos flexível e mais suscetível a conflitos internos.
Em Brasília, a entrada de Gleisi na SRI foi tratada com ceticismo. Conhecida por seu perfil combativo, a presidente do PT demonstrou, nos últimos anos, uma postura mais confrontadora, enquanto a função de articulação política exige habilidades de negociação e construção de consensos. Essa discrepância entre o perfil de Gleisi e as demandas do cargo levanta dúvidas sobre a eficácia de sua atuação na nova posição.
A decisão de Lula também pegou de surpresa membros do próprio PT. A expectativa inicial era de que Gleisi assumisse a Secretaria-Geral da Presidência, substituindo Márcio Macêdo. A mudança repentina de planos gerou apreensão entre os petistas, que agora questionam os desdobramentos dessa escolha para a dinâmica interna do partido e para a relação com outras forças políticas.
Frustração no Centrão
Parlamentares do Centrão expressaram frustração com a nomeação de Gleisi para a articulação política. Embora mantenham uma relação cordial com a presidente do PT, consideram que a escolha representa uma sinalização negativa do governo em relação ao bloco. A expectativa era de que a posição fosse ocupada por alguém mais alinhado aos interesses do Centrão, facilitando o diálogo e a cooperação entre o Executivo e o Legislativo.