
Nesse sábado (08), a dupla sertaneja Henrique e Juliano anunciou que a transmissão do show no Pátio do Forró, em Caruaru, seria proibida pelas emissoras locais. Essa decisão causou um alvoroço, especialmente porque é tradição desde a criação do São João de Caruaru que as emissoras transmitam os shows da festa, muito antes dos dois sequer nascerem.
Após intensas reclamações e negociações, a transmissão foi liberada, mas com uma série de restrições, como se o show em Caruaru fosse apresentar algo inédito e exclusivo. Essa atitude da dupla nos remete a um episódio semelhante ocorrido nos anos 90 e início dos anos 2000, quando o forrozeiro Flávio José adotou uma postura semelhante em resposta à febre da pirataria. As consequências foram duras: até hoje, mais de 20 anos depois, algumas emissoras ainda se recusam a mencionar o nome de Flávio José, um dos maiores forrozeiros da atualidade.
A pergunta que fica é: será que Henrique e Juliano, assim como outros sertanejos, enfrentarão a mesma retaliação que Flávio José? Ou será que essa medida de ostracismo é reservada apenas para os “santos da casa”?
Além disso, temos os casos de artistas como Wesley Safadão, Xandy Avião e Nattan, que, por diversos motivos, optaram por não se apresentar na apoteose do São João de Caruaru. Será que eles também sofrerão consequências semelhantes ou a situação de Flávio José é um caso isolado?
É importante lembrar que a transmissão é um direito do artista e deve ser respeitado. No entanto, penalizar artistas locais de forma desproporcional enquanto artistas de outros gêneros recebem tratamento diferente pode ser visto como uma injustiça.
Em minha opinião, aqui na Cidade FM, não deixaremos de tocar ninguém por causa disso, especialmente Flávio José. Ele, assim como todos os outros artistas, merece respeito e reconhecimento por sua contribuição à cultura e à música nordestina. Vamos torcer para que as decisões sejam justas e que todos os artistas recebam o mesmo tratamento, independentemente de seu gênero musical ou origem.