O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), tem demonstrado pouca disposição para trazer o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de forma mais ativa à sua campanha no segundo turno. Nunes, que aparece à frente de Guilherme Boulos (PSOL) nas pesquisas, parece consciente dos riscos de uma aproximação maior com Bolsonaro, que pode nacionalizar a disputa e afastar eleitores moderados. Mesmo com Bolsonaro tendo indicado Mello Araújo para a vaga de vice.

A estratégia de manter Bolsonaro distante tem razão de ser: em 2022, Lula venceu Bolsonaro na capital paulista, e uma forte presença do ex-presidente no atual cenário eleitoral pode reavivar esse contraste, prejudicando a imagem de Nunes. Embora o apoio de Bolsonaro tenha sido importante em algumas regiões do país, em São Paulo, o eleitorado parece mais dividido, e Nunes busca ampliar seu espectro de apoio, evitando uma associação excessiva com a direita bolsonarista. Os dois terão um único encontro no dia 22.

Até o momento, os candidatos derrotados no primeiro turno tomaram posições distintas. Tabata Amaral (PDT) e Datena (PSDB) declararam apoio a Boulos, enquanto Marina Helena decidiu apoiar Nunes. Pablo Marçal, por sua vez, optou pela neutralidade. A campanha do segundo turno promete ser marcada por uma disputa tensa, com Nunes tentando manter a dianteira sem polarizar excessivamente com o campo de esquerda liderado por Boulos. A conferir.