Milhares de sírios tomaram as ruas de Damasco, capital do país, para celebrar a queda do presidente Bashar al-Assad. A principal praça da cidade foi palco de comemorações com carros e pedestres reunidos, após forças rebeldes entrarem na cidade com pouca resistência das tropas do regime e declararem a libertação da capital. Este momento marca um capítulo significativo no desenrolar de mais de uma década de guerra civil.

A crise síria teve início em 2011, durante a Primavera Árabe, quando o regime de Assad reprimiu violentamente protestos pró-democracia. O que começou como manifestações pacíficas evoluiu para um conflito armado em grande escala, com a formação do Exército Sírio Livre, uma coalizão rebelde que passou a combater as forças do governo.

Ao longo dos anos, o conflito atraiu múltiplos atores regionais e internacionais, transformando a guerra civil em um cenário de rivalidades globais. A Rússia apoiou Assad, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional contra o Estado Islâmico (EI), grupo terrorista que, em seu auge, chegou a controlar 70% do território sírio. Países como Irã, Arábia Saudita e Turquia também desempenharam papéis importantes no conflito, muitas vezes descrito como uma “guerra por procuração”.

Apesar de um acordo de cessar-fogo em 2020 ter reduzido a intensidade dos combates, a instabilidade permaneceu, com confrontos localizados entre o regime e forças rebeldes. A queda de Assad representa uma reviravolta dramática, sinalizando um possível fim para um regime marcado por violações de direitos humanos e uma repressão brutal.

O impacto da guerra foi devastador: mais de 300 mil civis mortos, milhões de deslocados e uma nação profundamente fragmentada. O momento de celebração em Damasco traz esperança para muitos, mas também levanta questões sobre o futuro do país. Será o início de uma nova era de paz e reconstrução, ou mais um capítulo em uma história de desafios e disputas?