As falhas na assistência oferecida pelo Governo do Estado às famílias de bebês com microcefalia, um ano após o aparecimento do surto da doença em Pernambuco, foram apontadas pelo deputado Edilson Silva (PSOL), em discurso na Reunião Plenária desta terça (2). Citando reportagem divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo, o parlamentar falou sobre a dificuldade de pacientes para receberem atendimento de profissionais de saúde na rede pública. O vice-líder do Governo, deputado Tony Gel (PMDB), destacou, no entanto, o esforço do Estado em dar suporte a esses pernambucanos.
“Às famílias das crianças com microcefalia foi prometido acesso à fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional, mas as sessões duram apenas 20 minutos e são ineficazes”, pontuou Silva. O parlamentar também afirmou que “não há psicólogos na maioria das unidades de referência” e que os cartões de gratuidade de transporte público, assegurados pelo Estado, demoram cerca de três meses para serem entregues às famílias.
O parlamentar criticou, ainda, os gastos do Governo com uma série de propagandas referente ao tema, em detrimento de investimentos com assistência médica. “O drama dessas famílias continua em silêncio. No entanto, a única resposta contundente que o Executivo apresentou foi uma campanha publicitária”, criticou.
Em resposta, o deputado Tony Gel ressaltou o empenho do Governo do Estado em notificar e auxiliar as autoridades nacionais e internacionais a investigarem as causas do surto. “A seriedade com que Pernambuco tratou e vem tratando o assunto fez com que providências fossem tomadas em todo o Brasil para enfrentar a questão”, citou. O vice-líder discorreu, ainda, sobre as dificuldades financeiras do País e de como os cortes no orçamento de saúde impactam na questão.
“A Oposição tem razão em cobrar cuidados do Estado, mas asseguro que o Governo não tem negligenciado a situação. O Brasil todo passa por problemas de receita e a saúde foi a mais prejudicada”, concluiu.