O atual presidente do diretório municipal do PT em Caruaru, Vanuccio Pimentel, cientista político e membro da tendência MAIS, concedeu entrevista ao blog em que comenta a conjuntura política do partido pós-eleições. Ele não acredita que o partido tenha tido um saldo negativo com o resultado nas urnas, já que a legenda não conseguiu eleger nenhum vereador, mas defende que o partido obteve uma vitória política, ao apresentar novas lideranças, como Hérlon Cavalcanti e Elba Ravane, enquanto consolidou outras, no que se refere a Louise Caroline, que inclusive assumiu com vice-presidente do PT-PE. Contudo, ele admite que o partido enfrentou problemas internos desde bem antes do período eleitoral, que teriam sido os principais influenciadores das dificuldades de representação na Câmara. Isso, na visão de Vanuccio, ajudado ainda pelas turbulências com Rogério Meneses e com o próprio vice-governador João Lyra (PDT), via Zé Carlos Menezes.

No contexto

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PT DEPOIS DAS ELEIÇÕES

Na opinião do presidente do diretório, a análise sobre as consequências das eleições municipais 2012 para o partido não passam apenas pelo resultado nas urnas, mas pela articulação de lideranças da legenda junto à campanha de reeleição de Zé Queiroz. “Eu tenho acompanhado matérias aqui, em outros blogs e veículos de comunicação, que trazem posicionamentos de que o partido saiu menor e acho que a análise está sendo feita de forma equivocada. Nós tínhamos quatro candidatos a vereador, nenhum conhecido, mas conseguimos que Hérlon fosse um candidato bem votado. No entanto, não tínhamos Rogério nem Louise enquanto lideranças conhecidas para lançar como candidatos. Nossa vitória foi política, embora não tenha sido eleitoral. Isso nós podemos avaliar, por exemplo, analisando a força de Louise Caroline, que foi reconhecida pelo coordenador geral Wolney Queiroz pelo papel dela na condução da ações de coordenação da campanha de reeleição do prefeito Zé Queiroz. Aliás, Louise hoje aparece até cotada para eleições maiores na cidade. Então, eu não consigo entender como as pessoas acham que nós não conseguimos projetar lideranças na cidade. A reinvenção do PT em Caruaru já está acontecendo, preparamos lideranças para o futuro”, explicou.

ROGÉRIO, O GRANDE (IR)RESPONSÁVEL?

Contudo, Vanuccio também sabe ponderar as consequências de o diretório não conseguir um vereador para a próxima legislatura, mas dá uma grande parcela de culpa para Rogério Meneses. “O peso é muito ruim, mas isso precisa ser entendido de outra maneira, é resultado de algo muito antes da eleição, tínhamos um vereador (Rogério Meneses) contra o prefeito, mas que antes se elegeu na base do prefeito, e por um posicionamento pessoal, passou a campanha inteira dizendo que o prefeito iria perder, enquanto o PT lutava para ficar na base de Queiroz. Ele, aliás, apoiou Hérlon Cavalcanti, o qual só teve 100 votos nas Rendeiras, reduto de Rogério Meneses. Há muito mais peso de Rogério do que do PT de Caruaru nas consequências negativas dessa eleição. Ele contribuiu muito mais para Hérlon não se eleger tomando as atitudes que escolheu tomar durante as eleições. Mas, nós agora temos tempo para organizar nossas lideranças nos próximos anos, pois nessa eleição tudo foi de última hora. O que ficou provado, no entanto, é que as forças tradicionais entraram em decadência, via o que podemos observar com os insucessos de Rogério Meneses e sua fragilidade política e também como pudemos perceber as articulações de Zé Carlos Menezes durante a campanha”, avaliou. O que ficou provado, no entanto, é que as forças tradicionais entraram em decadência”, disse.

APROXIMAÇÃO COM O DIRETÓRIO ESTADUAL

Indagado se concordava com a opinião do deputado Fernando Ferro (PT) de que o diretório regional não teve diálogo com o partido em Caruaru para lançar candidatos competitivos, Vanuccio concorda que sempre houve distanciamento por parte da direção estadual, mas lembra que há aproximação com algumas lideranças. Ferro, aliás, preferiu apoiar o candidato a vereador Jadiel (PRTB), eleito este ano. “O diretório estadual sempre foi distante, há algumas relações próximas com algumas lideranças, como no caso de João Paulo, que apoiou Hérlon Cavalcanti. A avaliação de Ferro é correta, o que acho que o fato de Ferro apoiar Jadiel muito mais por essas relações complicadas, mais familiares, pois o deputado tinha uma ligação bem mais próxima com a tendência DS, com Adilson Lira, e eles já mantinham relações de grande proximidade com Jadiel. Então, não podemos dizer que, neste caso, Ferro apoiou um candidato do PRTB porque os do PT não prestavam, foi uma questão de aproximação”, explicou. Ainda segundo Vanuccio, com a entrada de Louise na vice-presidência do PT em Pernambuco, essa relação entre os diretórios deve melhorar. “Vamos ter um dos quadros do PT local mais importantes, aproxima o PT do debate estadual. O PT não é mais o mesmo de alguns meses atrás. Hoje o PT tem uma configuração mais unitária, diferente de meses atrás”, continuou.

PARTICIPAÇÃO DO PT NA NOVA GESTÃO DE QUEIROZ

Indagado sobre o peso que a legenda terá na administração municipal a partir de 2013, Vanuccio analisou que o partido deve ganhar mais força durantes os próximos anos e adiantou também que o diretório conversará com Queiroz sobre como pode ser a participação do partido no novo governo. “Nas pesquisas internas o PT aparece como o preferido dos caruaruenses, com 15%, as pessoas diferenciam entre o peso da liderança política e do resultado nas urnas. Nós podemos comparar, por exemplo, com o fato de que o PDT é o partido do prefeito reeleito, mas o PT é que aparece como favorito. Acho que o peso do PT na gestão vai ser do tamanho do peso político que tivemos durante a campanha. Também apresentamos áreas como participação social e cultura e direitos humanos tive uma reunião com o prefeito semana passada para iniciar uma série de conversas a partir de novembro apara afinar o modelo de do governo do prefeito e saber como poderemos contribuir”, completou.