O novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz (PDT), tomou posse na última sexta-feira (2) em meio a uma crise sem precedentes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A nomeação ocorre após a renúncia de Carlos Lupi, pressionado por denúncias de um esquema bilionário de fraudes em descontos indevidos aplicados a aposentados e pensionistas. 
Queiroz, que anteriormente ocupava o cargo de secretário-executivo da pasta, agora enfrenta intensas pressões políticas e jurídicas. Parlamentares da oposição protocolaram pedidos para a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) e uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados, visando investigar as fraudes no INSS. Além disso, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) ingressou com uma ação popular na Justiça Federal de Brasília para impedir a posse de Queiroz, alegando omissão diante das irregularidades.  
As investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) revelaram um esquema que causou prejuízos estimados em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. A fraude envolvia descontos não autorizados em benefícios previdenciários, afetando principalmente trabalhadores rurais, indígenas e outros grupos vulneráveis. Até o momento, seis servidores públicos foram afastados, e entidades suspeitas estão sob investigação por corrupção, falsificação de documentos e organização criminosa.   
Documentos oficiais indicam que Queiroz participou de reuniões do Conselho Nacional de Previdência Social em 2023, nas quais foram discutidas denúncias sobre descontos indevidos. Apesar disso, não foram tomadas medidas efetivas para coibir as irregularidades na época. 
Em resposta às acusações, Queiroz afirmou estar comprometido em proteger os aposentados e pensionistas, prometendo apresentar um plano de ressarcimento para as vítimas das fraudes. Ele também destacou a importância de trabalhar em conjunto com o novo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, para restaurar a confiança na instituição. 
