Reportagem publicada no Jornal do Commercio
Cidade importante do Agreste, Caruaru, não seguirá a tendência de alguns prefeitos pernambucanos de fechar as portas das prefeituras em protesto durante os cinco dias da próxima semana. O prefeito reeleito do município, José Queiroz (PDT), afirmou nessa sexta-feira (9), em visita ao JC, que não “vale a pena” fazer a greve e aliviou para a presidente Dilma Roussef. “Ainda está em tempo. A crise maior foi em julho, agosto e setembro. Ela sabe que não pode atravessar novembro sem um aceno, porque aí os prefeitos podem ser penalizados. Então, acho que ela vai oferecer essa tábua de solução”, disse. Queiroz defende uma compensação aos municípios que estão sofrendo com a queda na arrecadação e a seca e acredita mais no poder de pressão da marcha dos mais de dois mil prefeitos de todo o País à Brasília (DF) na próxima terça (13).
Entre julho e setembro, Caruaru perdeu R$ 9 milhões, fato que está provocando dor de cabeça para fechar as contas neste final do ano a tempo de cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. “Temos um comitê de crise que tem autonomia plena para fazer os cortes necessários. Só não mexe na educação, saúde e políticas sociais”, garantiu. O pedetista classifica como “dificílimo” o atual quadro do município e que por isso espera um gesto mais robusto da presidente para os gestores municipais do Nordeste. “Elogio o esforço, mas acho que o movimento mais importante é ir à Brasília. Chegando lá, a presidenta sente que não é brincadeira, que não estamos indo para lá fazer turismo”, argumentou.
O fato é que para muitos não foi suficiente o anúncio da presidente Dilma Roussef de um pacote de R$ 1,8 bilhão para obras de prevenção da seca, considerada a pior dos últimos 40 anos.
Na espera de uma compensação financeira para cobrir as perdas, o presidente do Consórcio de Desenvolvimento do Agreste Meridional (Codeam) e prefeito de Palmeirina, Eudson Catão (PSB), continua firme na mobilização grevista para sensibilizar o governo Federal. Ressaltou, ainda, que orientou os prefeitos que confirmaram a paralisação a confeccionar uma faixa padrão com os dizeres: “A Prefeitura para de 12 a 16 por conta da queda do FPM, falta de apoio e da seca. Em respeito a população, vamos manter os serviços de limpeza e saúde”.